// Definição, referências, fotos e vídeos de termos e assuntos de conhecimento geral //
Em matemática, em particular na análise funcional, a convergência uniforme é um conceito mais forte que a convergência pontual, para definir se o limite de uma sequência de funções existe.
Como comparação, uma sequência de funções
f
n
(
x
)
:
S
→
R
{\displaystyle f_{n}(x):S\rightarrow \mathbb {R} \,}
converge pontualmente para uma função
f
:
S
→
R
{\displaystyle f:S\rightarrow \mathbb {R} \,}
se, e somente se:
A sequência converge uniformemente quando:
Essa diferença é importante: para provar a convergência pontual, basta escolher um N para cada
ε
{\displaystyle \varepsilon \,}
e cada x. Para provar a convergência uniforme, é preciso escolher, para cada
ε
{\displaystyle \varepsilon \,}
um N que se aplica a todo x.
É fácil ver que a convergência uniforme é equivalente à convergência na norma do supremo. Mais precisamente, consideremos o conjunto das funções
ϕ
:
S
→
R
{\textstyle \phi :S\rightarrow \mathbb {R} \,}
que são limitadas, que designaremos por
B
(
S
,
R
)
{\textstyle {\mathcal {B(S,\mathbb {R} }})}
. Munido das operações de soma de funções e de produto de um escalar real por uma função, este conjunto torna-se num espaço vetorial real (que é, aliás, subespaço do espaço vetorial das funções reais
F
(
S
,
R
)
{\displaystyle {\mathcal {F}}(S,\mathbb {R)} }
). Através da relação
‖
ϕ
‖
∞
=
sup
{
|
ϕ
(
x
)
|
:
x
∈
S
}
{\displaystyle \lVert \phi \rVert _{\infty }=\sup\{|\phi (x)|:x\in S\}}
definimos uma aplicação
ϕ
↦
‖
ϕ
‖
{\displaystyle \phi \mapsto \lVert \phi \rVert }
de
B
(
S
,
R
)
{\displaystyle {\mathcal {B(S,\mathbb {R} }})}
em
R
{\displaystyle \mathbb {R} }
que constitui uma norma em
B
(
S
,
R
)
{\displaystyle {\mathcal {B(S,\mathbb {R} }})}
e que é chamada norma do supremo. É conhecido que para esta norma,
B
(
S
,
R
)
{\displaystyle {\mathcal {B(S,\mathbb {R} }})}
é um espaço de Banach (p.170).
De notar que se
f
n
{\displaystyle f_{n}}
é uma sucessão de funções em
B
(
S
,
R
)
{\displaystyle {\mathcal {B(S,\mathbb {R} }})}
que converge uniformemente para
f
{\displaystyle f}
, então também
f
∈
B
(
S
,
R
)
{\displaystyle f\in {\mathcal {B(S,\mathbb {R} }})}
. Basta ter em conta que para cada
x
∈
S
{\displaystyle x\in S}
e cada
k
∈
N
{\displaystyle k\in \mathbb {N} }
,
|
f
(
x
)
|
⩽
|
f
(
x
)
−
f
k
(
x
)
|
+
|
f
k
(
x
)
|
{\textstyle |f(x)|\leqslant |f(x)-f_{k}(x)|+|f_{k}(x)|}
. Fixando
k
{\displaystyle k}
arbitrariamente, resulta então, para qualquer
x
∈
S
{\displaystyle x\in S}
que
|
f
(
x
)
|
⩽
‖
f
−
f
k
‖
∞
+
‖
f
k
‖
∞
{\textstyle |f(x)|\leqslant \lVert f-f_{k}\rVert _{\infty }+\lVert f_{k}\rVert _{\infty }}
. Logo
f
{\displaystyle f}
é limitada em
S
{\displaystyle S}
.
Tomemos agora
S
{\displaystyle S}
, não como um simples conjunto mas como um espaço topológico qualquer.
Se
S
{\displaystyle S}
for um espaço métrico compacto, como por exemplo um intervalo limitado e fechado
{\displaystyle }
, uma relação mais específica entre continuidade e convergência uniforme foi estabelecida por Ulisse Dini no teorema seguinte o qual é apresentado com maior detalhe por E. L. Lima em (p.211).
Se
f
n
:
S
→
R
{\displaystyle f_{n}:S\rightarrow \mathbb {R} }
uma sucessão de funções contínuas em
S
{\displaystyle S}
que em cada ponto de
x
∈
S
{\displaystyle x\in S}
cresce (ou decresce) para
f
(
x
)
{\displaystyle f(x)}
e
f
{\displaystyle f}
é também contínua em
S
{\displaystyle S}
, então
f
n
{\displaystyle f_{n}}
converge unformemente para
f
{\displaystyle f}
em
S
{\displaystyle S}
.
Para o caso de ser
S
=
{\displaystyle S=}
, uma demonstração diferente é apresentada D. G. Figueiredo.
Fonte e artigo completo: Wikipedia (CC-BY)
2023 | ConhecimentoGeral
Disponibilizado nos termos da licença Creative Commons: Atribuição - Compartilhada Igual 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0)